Com tudo pronto, talvez nem tão pronto assim, sigo para o Rio com minha sogra, namorada, seu primo e irmã. Lembro-me da ultima vez que vi a Juliana entrando no elevador me dando um tchauzinho e pensei - Puxa! Dois meses sem minha princesa.
O encontro com meus irmãos em Milão foi gostoso. Jantamos uma pasta (macarrão) e no decorrer dos dias eu fui descobrindo que italiano só come pasta. É Pasta no almoço, é pasta na janta e pasta no dia seguinte. Eles adoram isso e como variedade, mudam o molho e o nome e dizem que é um prato diferente. Cada dia eu ouvia um nome estranho e na esperança de comer um arrozinho com feijão, encontrava uma pasta com a cor diferente. Discutíamos inúmeras vezes de qual era a melhor comida, além do futebol e das mulheres mais lindas. É lógico, o Brasil ganha em todas, mas eles nunca assumiam.
Fiquei um tempo morando com meu irmão, Isak, ou David, em Torino e depois fui para San Remo com a mãe dos meus outros dois irmãos, Giamp e David. Maria Grazia foi uma pessoa maravilhosa e me fez sentir como um filho seu. Chegando lá nos aventuramos em uma mudança. Altas madrugadas tentando mover os móveis sem fazer barulho, mandando os vizinhos chatos irem cagar, em português e passeando pela cidade e arredores.
Alguns acontecimentos merecem serem narrados aqui, segue-se as desventuras em série.
Uma vez que a porta se fechou e ninguém estava com a chave. Maria Grazia surtou, tudo já havia dado errado e agora estávamos trancados no lado de fora. Mas isso não foi problema, pois eu escalei o prédio pela vizinha de baixo e abri a porta. Depois disso fui chamado de "Uomo Ragno".
No meu penúltimo dia de Itália decidimos fazer um churrasco na praia, mas nos atrasamos e saímos de noite. Já não havia uma luz e como não conseguíamos lenha para queimar na fogueira, pegamos os moveis usados e queimamos. Foi um churrasco incrível.
Dei uma de mochileiro duas vezes, uma para Pisa e outra para Gênova, a terra de Cristóforo Colombo. A sensação de colocar uma mochila nas costa e conhecer um pedaço do mundo é inenarrável. Sair sozinho e livre, estar no meio de pessoas de vários países e fazendo parte de tudo aquilo. Conversar em outros idiomas e fazer amigos que duraram alguns minutos e voltar a estar sozinho na caminhada de um solo totalmente novo. É tudo muito incrível.
Em Pisa dei uma volta na cidade e passei o resto do tempo na Piazza Dei Miracoli, aonde fica a torre e outros monumentos. Em Gênova também dei uma volta na cidade, fui em um castelo, navio pirata e em um aquário de tubarões, golfinhos, pingüins, água viva, peixes estranhos, leão marinho...
Também conheci Bussana Vecchia (cidade terremotada), Mônaco (da fórmula 1) e algumas cidades da França.
Indo para Nizza trocar minha passagem ficamos sem moeda para pagar o pedágio. A essa altura meu francês já tinha virado italiano e nós não conseguíamos nos comunicar. Sai do carro pedindo para trocarem o dinheiro para depositarmos as moedas. Sob pressão, pois a fila atrás de nós estava grande e muitos já buzinavam, ao tentar falar francês inventei um idioma que nem eu entendia, o "portitalancês". Maria Grazia ria e ria e eu correndo de um lado para o outro até que me informaram de um caixa que aceitava dinheiro. Entrei na frente dos carros para ela trocar de faixa e conseguimos sair do sufoco rindo pra não chorar.
Por ultimo, essa tal "um dia" de atraso, que durou um filme. Só essa história renderia uma postagem, mas vou resumi-la...
No dia do vôo, não conseguimos comprar a passagem para Milão e então fizemos uma aventura viajando de carro mais de 100Km até conseguir compra-la em outra cidade. Meu voo era as 18:30hs com embarque as 18:00hs. Eu deveria chegar em Milão as 16:15hs e pegar um ônibus de uma hora para o aeroporto aonde chegaria as 17:15hs. Não sei por que, mas quando olhei o relógio do ônibus vi que o trem havia atrasado uma hora, justamente o tempo que eu teria para me resolver dentro do aeroporto. .
Cheguei as seis no aeroporto e subir correndo para o cheking e quando procurei o passaporte, cadê? Havia sido furtado, no máximo há uma hora. Nesse momento fiz o que qualquer pessoa normal faria; entrei em pânico! "Meerrrda! Isso não está acontecendo." Desci até o ônibus e não encontrei minha carteira, fui à polícia e fiz a queixa. Como eu tinha uma xerox do passaporte e um documento original na minha mala, pude viajar. Porem, uma coisa eu não entendia; havia passado mais de meia hora toda essa brincadeira e o avião não havia decolado. Quando me dei conta eram 18:10hs e então percebi que o relógio do ônibus estava uma hora adiantado tendo me desesperado a toa. Com a passagem em mãos desci para o embarque, mas quando cheguei não me deixaram embarcar, mesmo sendo ainda 18:25hs e assim perdi o vôo. Agora sem dinheiro, cartão de crédito e passaporte, como faria para retornar ao Brasil? Vivi a história de um filme, "O Terminal". Graças a Deus, porém, havia minha sogra a qual recorri e solucionou tudo.
Assim fui recebido pela minha gatinha no dia 19 de setembro de 2009, com "um dia" de atraso.
Boa Aventura! David Guilherme Fonseca.
Adoro as suas Histórias.. são sempre incríveis!! E o melhor de tudo – são Histórias da sua vida e da forma como vc encara ela! São Histórias REAIS, q nos fazem ter a certeza do qto vc é uma pessoa INCRÍVEL! E pra gente q é Amigo, é muito bom saber o qto vc está realizando todos os seus sonhos e Tb poder compartilhar tudo isso com vc!!
ResponderExcluirE realmente, sua vida é um Filme!!
VÁRIOS FILMES! hehehe
E é MARAVILHOSO poder ler tudo isso, me divertir e me emocionar acompanhando como tudo foi, e assim,de alguma forma fazendo parte disso!
Portanto, Parabéns, Guilhermino, pelo cara q vc é!!
E q o Mundo possa ter sempre o privilégio de ter vc e suas aventuras, desbravando solos desconhecidos, conhecendo pessoas, vivendo a vida no mais puro Carpe Dieem!!